domingo, 5 de maio de 2013

Agora talvez a gente saiba viver...

    E lembro-me tanto do quanto éramos meninos. Lembro-me de quando nossos pensamentos não se faziam tão complexos e tínhamos as respostas certas para as perguntas que hoje embaralham nossa mente. Lembro-me de quando habitávamos um mundo sem metafísica, mas também lembro-me perfeitamente de quando percebemos a existência da mesma.
        Foi estranho acordar para uma nova perspectiva e, ao pensarmos no que já fomos, ah, como éramos ingênuos. Almas despreocupadas, tão certos de que seríamos daquele jeito para sempre. Um para sempre, hoje, deixado apenas no mundo paralelo que vivemos todas as noites. Aquele mundo que se parece tão doce e que a cada nascer do sol às vezes não temos a capacidade de lembrar do que aconteceu por lá. Para alguns, o desejo de viver nesse mundo paralelo pode ser latente, mas pensemos bem. Viver sem ter lembranças ao acordar não é viver, amar sem se lembrar não é amar, sonhar no mundo dos sonhos não é ter o poder realizar. Sentimos aqui, na vida mundana da Terra, com muito mais intensidade e temos o total poder de administrar nossa vontade, enquanto nos sonhos, apenas assistimos a situação. Infelizes terceiras pessoas incapazes  de manifestar  suas sensações de insatisfação.
        Lá não há surpresas, suspiros nem um coração para se consertar. Lá não há mensagens a se receber nem aspectos para se estudar. Talvez o melhor de tudo é que não teriam critérios para nos testar, mas também não teríamos aqui um motivo para nos importar. É provável que o mundo trazido pelas estrelas que aparecem no céu seja perfeito para cada um e de uma magnitude inexplicável, mas enquanto as mesmas se camuflam da luz energizante deveríamos ser capazes de acreditar. Por mais complicado e improvável, por mais sereno e palpável. Tudo é sim mutável.

 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Só enxergar, só isso...

     Para aprender se precisa de tempo, paciência, curiosidade e, lógico, novas realidades. 
       Inacreditável como num futuro imprevisto voltam as pessoas que você nunca imaginara ver de novo, ou talvez nunca pensara em ter a oportunidade de conversar, conhecer, conviver. Foi então com pessoas de meu passado que nem ao menos lembram da minha existência anterior que cheguei a algumas conclusões.
       Sabe, a moral da vida toda é ser diferente. Seja por você ser canhota, seja por possuir um nome de grafia diferente ou até mesmo por querer fazer um curso sobrenatural no vestibular. Ser diferente não é simplesmente sair por aí com um cabelo de cor exótica, alargadores e roupas que nunca foram da moda. Ser diferente não é sinônimo de chamar a atenção, mas sim saber ver o mundo do modo mais simples e sutil que ele é capaz de se mostrar. É ter o dom de pensar sobre tudo e nada ao mesmo tempo. É acreditar na capacidade de cada uma das pessoas com as quais nos relacionamos e poder enxergar, principalmente poder enxergar, que o Tempo não é nada além daquilo que nós interpretarmos.
        Para mim, agora, o Tempo não passa, simplesmente, avulso pelo vento. Ele é uma constante que nós teimamos em marcar com nossos números, os quais voltam e se repetem incansavelmente, mas incapazes de demonstrar o verdadeiro significado de tudo. Assim como o Infinito, o Tempo não se vê, não se mede, apenas se sente. Nós podemos perceber o quão importante ele é, podemos perceber sua magnitude, mas na realidade ele nem se importa com que saibamos ou não sua real história. Ele apenas coexiste dentro de nós. Talvez algumas pessoas pensarão em como dar importância ao Tempo é supérfluo. Eu também acho isso em meus dias mais sensatos. Pensar no Tempo é tão medíocre enquanto há problemas tão graves a se resolver. Mas também acredito que somente vendo essa superioridade do mesmo sobre nós é que damos real valor ao que ainda está por vir, ao que infelizmente já passou e até mesmo ao que está acontecendo. 
       É sabendo da voracidade fervente do Tempo que damos completo foco ao Agora, sedento de vida e vontade. Somente compreendendo a impaciência do Tempo, que corre e escorre apressadamente por nossas veias, é que somos capazes de enxergar o sentido de cada elétron tocado ou cada reflexo perpétuo de nossos passos. 






domingo, 17 de março de 2013

O dia...

       E chega o dia em que percebemos como damos valor e nos importamos com pessoas ou acontecimentos tão supérfluos, os quais em nada deveriam ter o poder de influenciar. Nem em nossos atos, pensamentos e muito menos nas nossas formas de ver o mundo .
      Do absoluto nada, no momento mais inesperado, nos deparamos com a realidade e ela deveras nos apavora. Faz nossa mente abolir qualquer ideia incapaz de provar que merece atenção. Conforme crescemos e temos que cuidar de nossas próprias responsabilidades, nunca passa por nossas cabeças que algumas eventualidades têm a possibilidade de nos atingir. É como se tivéssemos a certeza de que todos nossos entes queridos estão protegidos da espontaneidade do mundo.  
       Por algum motivo qualquer, então, você pisca. Milésimos de segundo, nada mais que um bater de asas, mas tempo suficiente para a notícia ancorar em seus ouvidos. Feliz daquele que tem a chance, diga-se dádiva, de não chegar a essa conclusão recém feita desde primeiro e delicado até seu último e vivido suspiro. Porque às vezes aquele pensamento lateja e choro sem piedade, assim como se comporta a tristeza que se alastra e pesaria os olhos de qualquer um em uma certa silenciosa tarde de segunda-feira.
       Escrevo na dúvida que a noite por si carrega e o sol me trará mais notícias, as quais espero de forma indescritível, atordoada, esperançosa, talvez até revoltada. Independente da resposta, eu quero saber, pois talvez Dickinson não tenha razão e eu quero poder tentar entender.


quarta-feira, 13 de março de 2013

Desde o que parece sempre...

Cada segundo de momentos inéditos
Uma palavra ao som de um sorriso
Cada prateleira coberta de semelhança
Todo sentimento se transforma no paraíso

Gosto de lembrar do defeito de cada momento
Aquela bizarrice que o tornou perfeito
Tanta luz dali se via
Quem dera vivesse, assim, todo dia

Acreditar na felicidade crescente
Que se esbalda na alma antes mesmo do poente
Laços fraternos que nascem de olhares
E como se não quisessem nada
Conseguem, enfim, encontrar sua morada



segunda-feira, 4 de março de 2013

E continuam querendo...

Vivia falando de falsos amores
Criticando talentosos cantores
O que sonhei hoje
Se desfaz mais a tardinha
Quisera eu poder usar da magia
A meu favor na inquietante correria

Passos largos damos buscando credibilidade
E é difícil se conformar com a sociedade
Enxergo apenas a luz da noite
E olha que não é tão simples viver
Numa época em que só querem te fazer esquecer


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O que pode ser chamado de fim...

         É estranho pensar que dedicamos tantos anos de nossa história entre as paredes de algumas instituições, mas que escolhemos apenas uma para nos acolher no tão esperado ano.
       Pensando em todas as possibilidades de por que geralmente o terceiro ano é o mais lembrado por todos, só consegui chegar a uma conclusão. É durante as últimas férias escolas, mais precisamente nos últimos dois dias da mesma, que cada indivíduo por si só percebe a importância dos meses que estão por vim. 1º: Passar de ano, lógico. 2º: Ter a capacidade de escolher um curso para prestar no vestibular. 3º: Estudar para esse exame submetido a todos que pretendem fazer um curso superior. 4º: Psicologicamente, seria nossa última oportunidade de aproveitar a juventude sem maiores preocupações da vida adulta, mesmo que muitos não tenham 18 anos e mesmo que alguns já tenham. Como 5º aspecto importante? Em que outro universo poderemos ver todas as manhãs os sorrisos que faziam o 'levantar da cama tão cedo' valer a pena?
         Parece que quando as aulas começam, diga-se do ano mais incrível de nossas vidas, s, alunos, sentimos uma necessidade extrema de suprir cada segundo não aproveitado no passado. Cada segundo gasto numa reclamação ou numa discussão que até hoje nem ao menos lembramos do motivo de ter ocorrido. Em breve os cadernos serão história e a farda eternizada nas fotos. A plaqueta e a boina serão conservadas e aqueles que nunca gostaram da escola, talvez comecem a pensar no que foi bom o suficiente para ser guardado.
       Dificilmente o sentimento que reside nessa história se repetirá, mas não há nada melhor que ter feito parte de tantas vidas e saber que continuará fazendo nem seja por apenas um tempo, é só se permitir. Aliás, sem querer assustar, o início do fim se aproxima.