segunda-feira, 16 de abril de 2012

Noite na Galeria...


Era fim de tarde de um dia meio chuvoso e frio. Cheguei em casa e me deparei com minha mãe totalmente empolgada, perguntei o motivo e então ela me explicou que meu irmão estaria expondo seus quadros numa galeria naquela noite. Jamais havia imaginado que suas pinturas, de certa forma peculiares mas não muito vibrantes, pudessem chegar ao ponto de estar em uma exposição.
            Mesmo cansada e repleta de trabalhos a realizar, fui forçada pela minha mãe a ir na tal galeria, pois segundo ela um irmão deveria apoiar o outro. Logo na entrada, fiquei de cara amarrada, mais parecendo uma criança emburrada que não queria estar ali. Então, para me distrair, comecei a observar as pessoas que estavam ao meu redor: vi um menino com feições de interrogação, certamente não entendera o quadro que observava. Vi um casal a admirar uma linda paisagem que no fundo estava uma casinha de cor branca, na qual eu bem que queria poder morar. Até que avisto uma garota muito bem concentrada avaliando os detalhes da pintura de meu irmão.
         Cabelos e olhos negros, estatura média, usava óculos. Parecia realmente gostar do que via e, por parecer a única vivente interessada em algo naquela sala, fui conversar com ela. Sua voz possuía um tom doce, media muito bem cada palavra pronunciada. Era uma garota muito inteligente e, de certa forma, tinha um pensamento diferente das garotas da nossa idade, mas que se assemelhava ao meu. Descobri que gostava muito de ler, qualquer livro que lhe apresentassem já era motivo de embarcar em sua história. E falando em história, também era uma matéria que a deixava fascinada.
        Antes de nos despedirmos, porém, minha curiosidade estava me corroendo e tive que perguntar qual dos três quadros a sua frente, afinal, ela tanto encarava. E então ela respondeu:
- Está vendo aquele ali, com uma sala cheia de espelhos? Pois então, estava observando aquela pequena menina que está pintada no reflexo de um deles, bem ali, - apontou ela- se parece muito comigo.
Olhei para o quadro. Jamais o havia visto tão de perto. Realmente havia uma menininha. Bem miúda, de feições meigas, estava a dançar, vestida de rosa, a tão delicada bailarina.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

E numa aula de Religião...

Eu sei que a vida muda e os caminhos trocam
As pessoas às vezes ficam e às vezes vão
Porém mesmo que ninguém entenda, sem nem ao menos se importar com a razão
Ainda as deixam ir e permanecem a sós com a ilusão

Mas por que não permanecemos iguais
Contradizendo tudo que a sociedade tentar nos impor
Mostrando que podemos superar muito mais do que um simples torpor?

Percebo que o mundo gira em torno de certos ideais
Mas é de nosso consentimento seguí-los ou não como princípios fundamentais
Porém, o detalhe é que o que fizermos será indiferente
Mas o modo que executarmos permanecerá eternamente