sábado, 28 de maio de 2011

Noite de Primavera...

Tudo terminou numa noite de primavera. Katie saiu com suas amigas para tentar se divertir, já que há tempos não demonstrava aquele brilho no olhar que toda garota de quinze anos possui, suas amigas já estavam preocupadas, ela quase não falava o que passava em sua cabeça, mas ela sabia que o motivo disso, tinha nome, sobrenome e até mesmo apelido. Leandro era o nome de seu amado, ele era simplesmente o garoto mais lindo do colégio, ele era carismático, sabia ser sério e responsável quando precisava, mas nunca perdia seu jeitinho doce e medonho de levar a vida, ele sempre sorria quando a via e ela, com todo prazer, sorria de volta.
     Certa vez, Jessie, amiga de Katie, a encontrou sentada sozinha no pátio da escola, possuía uma expressão pensativa e, mesmo com o sol lindo no céu, ela não  tirava seu casaco, parecia que sentia frio a todo tempo, mas um frio sombrio, sem relação com o clima, ele vinha de dentro. Jessie perguntou o que se passava na mente de Katie, porém ela não sabia responder, bem que ela queria falar o que sentia, mas nem ela mesmo entendia a razão de sua tristeza. Jessie então, foi embora e deixou-a sozinha, pois assim seria melhor para ela entender seus próprios sentimentos. Sim, Katie estava confusa, sabia que gostava de alguém de um jeito mais especial e que esse alguém não sabia disso. Nem mesmo o que pensava ela conseguia entender, só sabia dizer que se parecia com amor, mas tinha uma pitada de dor e um pouco de desesperança. Ela desejava entender se o amor era assim mesmo, um desejo insuportável de  receber um abraço daquela pessoa, mas ao mesmo tempo com vergonha e medo de expor o que se sente. Katie fechou os olhos e percebeu, de repente, uma lágrima escorrer por seu rosto.
     Ela ficou assim, por vezes feliz, por vezes triste durante dias. Ela estudava a noite, e decidiu em um dia contar o que sentia para Leandro. O sinal para o fim da aula soou, Katie saiu da sala ainda de cabeça baixa e foi quando olhou para o lado que o viu ali, inesperadamente a esperando. Seu coração reagiu de forma que não fazia há tempos quando ela viu o olhar dele de encontro ao seu, parecia que não havia mais ninguém no mundo além deles, ela apenas o enxergava e apenas o ouvia, não interessava o que estava acontecendo ao redor. Ele sorria do mesmo jeitinho encantador que ela viu quando o conheceu, seu olhar transmitia certa tranquilidade e uma alegria que contagiou Katie de tal forma, que a fez sorrir para ele. Katie perguntou o que fazia ali e então ele a chamou para ir até a parada de ônibus com ele, para poderem, assim, conversar mais.
     Durante todo o caminho, conversaram muito, mas tudo sem muita noção, como se eles gostassem de conversar um com outro, mas não tivessem assunto suficiente para manter uma conversa estável. Esperaram pelo ônibus de Leandro durante mais ou menos trinta e cinco minutos, pode parecer pouco tempo, mas foi o suficiente para que a esperança de Katie de um dia tê-lo para si desaparecesse. Ele a chamou para essa conversa pois queria contar que ele sempre a admirou pela pessoa incrível que ela era, e que ele havia gostado dela desde o primeiro dia, porém, agora era tarde demais para falar de amor, pois ele se mudaria para outra cidade, distante da atual. Katie ficou sem reação, a única iniciativa que pensou em tomar foi abraçá-lo fortemente, como se não quisesse deixá-lo ir. Quando o ônibus chegou, Leandro tristemente se despediu de Katie. Uma garoa fraca começava a cair do céu, um vento começava a soprar e Katie tinha certeza que, depois daquele dia, seu coração jamais seria novamente tão intensamente cativado.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vivendo...


     Em alguns dias nos sentimos rodeados de amigos, em outros, parece que ao olharmos para o lado, não encontraremos ninguém. Pois é, assim se passam os dias em nossa adolescência. Quando chegamos nessa idade, começamos a escolher melhor as companhias que queremos que estejam sempre conosco. Começamos a procurar pessoas não apenas para termos alguém ao nosso lado, mas sim para termos alguém que nos compreenda, que entenda nossos sentimos e que não se importe de ouvir sobre eles, alguém que goste tanto da nossa companhia quanto gostamos da dela, alguém que respeite os limites e saiba dizer as palavras certas na hora em que precisamos ouví-las.
     É no ensino médio que tudo isso acontece, são nestes anos de escola que tornamos nossos vínculos de amizades ainda mais especiais e até mesmo eternos. É nessa época também que nossos sentimentos decidem aparecer mais intensos que nunca. Às vezes ficamos confusos, não sabemos o significado do que estamos sentindo e é nessa hora que procuramos aquele amigo especial para pedir conselhos. Gostamos de saber que temos a liberdade de fazer isso, de sempre poder contar com essa pessoa para tudo que precisarmos, sem vergonha de chorar na frente dela, sem vergonha de rir sem motivo em sua presença.
Apesar de ser apenas um amigo que sabe tudo sobre a gente, sempre nos inserimos dentro de um grupo de amizade no colégio. É uma sensação incrível parar um pouco para pensar em como será o futuro, imaginar aquele nosso amigo que não fica quieto daqui a trinta anos, imaginar aquela nossa amiga que não sai sem batom de casa quando ela fizer quarenta, e ainda, nos imaginarmos saindo com eles para nos divertirmos igualmente fazemos agora. Claro que é uma sensação estranha, mas tenho certeza que é algo que gostaremos de fazer, só que ao invés de conversarmos sobre escola e namoros, conversaremos sobre trabalho e faculdade.
Por isso, saia, brinque, guarde lembranças e não fique chateado por muito tempo, jamais encane com as notas, apenas dê o máximo de si, porque assim, as conquistas chegarão até você. Não tenha medo de amar, sei que não tem como cicatrizar as mágoas do coração, mas não tenha dúvidas que há como amenizar a dor. Tenha amigos nos quais sabe que pode confiar e principalmente, ame apenas os que merecem o seu amor...