É tão estranho olhar para trás. De repente tudo parece-me tão diferente, meu jeito de pensar, os lugares a frequentar, os problemas com os quais tenho que lidar. Nunca imaginei, nunca mesmo, que me emocionaria ao ler o que escrevi no passado. Por mais singelas palavras, por mais estúpidas suposições. Li frases que hoje fazem sentido, mas não lembro do sentido que dei a elas meses atrás.
Pois é, estive visitando todo aquele tempo de passagem entre a oitava série e o meu ensino médio, toda aquela nostalgia que sentia voltou agora num simples piscar de olhos. Lembrei-me de situações que eu havia deixado minha memória esquecer, lembrei-me de poesias que eu havia deixado meu coração carecer. Esqueci-me totalmente da minha percepção de mundo, inclusive, deixei os anos levar de minha mente algumas explicações para as frases que eu anotava em meu caderno. Não há melhor jeito de visitar nosso passado do que abrir nossos antigos cadernos, há tanto o que se ler naquelas capas...
Tive, nessa tarde, a oportunidade de me lembrar da minha infância, mas quando digo infância, não me refiro que agora sou uma pessoa adulta. Não. Sou apenas uma adolescente procurando um sentido nessa vida totalmente maluca com a qual fui presenteada. Voltei aos meus sete, até mesmo oito anos. Nessa época eu passava as tardes em casa apenas na companhia de minha avó, não tinha grandes responsabilidades e muito menos preocupações, passava meu tempo assistindo à desenhos animados na TVE, vê se pode. Mas o que fez meu coração apertar hoje, foram as lembranças dos momentos em que eu e minha avó fazíamos certas artes nessas tardes tão tediosas. Nos divertíamos muito fazendo algo um tanto incomum para crianças daquela minha idade: comida. Sim, passávamos nossas horas fazendo biscoitos, bolos, pães, pudins, e tudo que é tipo de guloseima que uma criança pode gostar. Claro, escutando a estação de rádio favorita de minha avó. Isso era algo reconfortante, e que enlouquecia minha mãe, afinal, dieta era algo que não rolava quando ficava só nós duas em casa.
Tudo isso veio a minha mente hoje à tarde quando eu e minha vó nos vimos juntas novamente em frente ao fogão cozinhando pudim para a nossa famosa Torta de Bolacha. Dessa vez com uma trilha sonora escolhida por mim.
São dias assim que nos fazem pensar em como a vida dá voltas e que tudo nela tem retorno, é só esperar, ou melhor, não esperar, porque daí você será surpreendido assim como eu fui na tarde de hoje, e então o tempo se encarregará de fazer o resto.
muito lindo hannah, mesmo. amei.
ResponderExcluiralém de claro, a nostalgia também tomar conta de mim;
P.S. tua vó é muito querida, coisa fofa (: