Viajar, ficar longe, bater a saudade. Três
sensações que se completam e o melhor de tudo é saber que sim, você irá
sentir falta.
Dando início ao pensamento de uma avaliação
sobre pelo que tem passado, você percebe que olhar para aquele
quadro que pintou quando ainda era criança não é mais tão empolgante, as fotos já amarelaram na estante e
o revestimento do baú, que costumava ser histórias em quadrinhos, hoje está
impregnado na sua mente de tão repetido. Você decide abrir a janela do seu
quarto que fica no segundo andar da parte de trás da casa. Entra um vento com o
mesmo cheiro de folhagem de sempre, afinal, seu vizinho dos fundos tem mania de
cortar a grama todos os sábados. O sol entra quente iluminando sua escrivaninha
e a vizinha da diagonal novamente estende as roupas em sua sacada. São dez da
manhã e em quinze segundos você ouvirá aquele som de serra da obra que está
ocorrendo no vizinho da esquerda... E... Pronto, aí está o barulho!
Descendo as escadas, cumprimenta sua família,
passa a mão nas orelhas da cadelinha de estimação. A gata já mia alto,
estranhamente pedindo colo, mas você ignora porque está usando seu pijama
favorito, para quê enchê-lo de pelos, não é!? Na cozinha, um café com leite e
talvez um pão feito em casa pela avó... Quer dizer, não que você esteja
reclamando de ter pão, você levantou por causa do cheiro que alcançou seu
quarto enquanto ele assava no forno à gás, não foi? Mas é claro que sim.
Você deixa, então, passar uma hora. Ouve a
água chiar no fogão e antes que ferva, desliga. Hora do chimarrão. O irmão
chato desce do quarto, mexe desesperadamente no seu cabelo somente pela emoção
de bagunçá-lo e te deixar irritada. Momento de desligar a televisão da sala de
estar, ir para a varanda e esperar todos da casa chegarem para dar uma
conversada sobre qualquer assunto que surgir. A cadelinha parece querer a
atenção toda e não sai do meio da roda feita com as cadeiras de praia, mesmo
com a garrafa térmica lá, exatamente no centro. Alguns litros de água depois, a
que estava dentro da garrafa térmica acaba e, reza a lenda que quem tiver o
privilégio de tomar o último chimarrão servido pelo contingente da garrafa
ganhará um presente. Digamos que até hoje ainda estou esperando os dois que eu
mereço.
Depois do almoço, hora de ler um
livro viciante ou um filme talvez irritante. Conversar com quem quer que seja
pela internet ou ver vídeos a tarde inteira deitada em sua cama com a janela
totalmente aberta, pois é verão e um vento não cairia muito mal no momento. Quando a noite chega, infortunadamente você esqueceu a janela aberta. Então na hora de dormir você passa
repelente porque os mosquitos parecem ter dominado seu quarto e você tem pavor
ao cheiro do veneno que o resto da família usa. Sim, desculpa acabar com a sua
ilusão, mas as propagandas mentem, o veneno tem cheiro.
Nossa Filhota, Não sei como você consegue melhorar a cada texto. Um Beijão e Muito BOA VIAGEM !
ResponderExcluirQue este seja o primeiro intercâmbio de muitos estudos neste mundão afora.