Pensando em como os caminhos decidiram se apresentar em minha vida, me deparo com um pensamento sobre uma palavrinha intrigante: mudança. Lembro que quando eu tinha por volta dos meus 5 anos de idade eu tinha certo medo dela. Era como sair daquela minha zona de conforto, a qual é conhecidamente necessária para qualquer sentimento de plena felicidade. Eis que aqui estou, décadas depois, ainda apreensiva. A mudança ainda faz meus nervos vibrarem, minhas mãos tremerem e minha voz falhar um pouco. E sabe o que eu acho mais estranho sobre tudo isso? Eu gosto dela na mesma intensidade que não o faço. A mudança me afasta de qualquer sensação de monotonia do cotidiano, o que é ótimo, mas ela também tem o poder de afastar aquilo que eu queria ter sempre por perto.
Coloco um instrumental para tocar e tento então me apaixonar por algo talvez inexistente: a capacidade do ser humano de cuidar tão somente de seus próprios afazeres. Creio essa ser a grande mudança que ocorre em nossas vidas entre a passagem de criança birrenta para nos tornarmos o adulto modorrento. Chego então no patamar de plena concordância com Thomas Hobbes e Rosseau. Quando crianças, geralmente não nos importamos com que os outros irão dizer e mente aquele que fala sentir-se assim também na adolescência. A sociedade pode ser cruel, é um paraíso do qual ninguém está fadado a sair ileso.
Pergunto-me, então, neste silêncio do breu lá fora: Sentimentos são assim complicados ou é a pressão vinda de fora que os arrepiam fervorosamente?
Nenhum comentário:
Postar um comentário