E chega o dia em que percebemos como damos valor e nos importamos com pessoas ou acontecimentos tão supérfluos, os quais em nada deveriam ter o poder de influenciar. Nem em nossos atos, pensamentos e muito menos nas nossas formas de ver o mundo .
Do absoluto nada, no momento mais inesperado, nos deparamos com a realidade e ela deveras nos apavora. Faz nossa mente abolir qualquer ideia incapaz de provar que merece atenção. Conforme crescemos e temos que cuidar de nossas próprias responsabilidades, nunca passa por nossas cabeças que algumas eventualidades têm a possibilidade de nos atingir. É como se tivéssemos a certeza de que todos nossos entes queridos estão protegidos da espontaneidade do mundo.
Por algum motivo qualquer, então, você pisca. Milésimos de segundo, nada mais que um bater de asas, mas tempo suficiente para a notícia ancorar em seus ouvidos. Feliz daquele que tem a chance, diga-se dádiva, de não chegar a essa conclusão recém feita desde primeiro e delicado até seu último e vivido suspiro. Porque às vezes aquele pensamento lateja e choro sem piedade, assim como se comporta a tristeza que se alastra e pesaria os olhos de qualquer um em uma certa silenciosa tarde de segunda-feira.
Escrevo na dúvida que a noite por si carrega e o sol me trará mais notícias, as quais espero de forma indescritível, atordoada, esperançosa, talvez até revoltada. Independente da resposta, eu quero saber, pois talvez Dickinson não tenha razão e eu quero poder tentar entender.
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